sexta-feira, 19 de novembro de 2010

AUTA DE SOUZA - biografia







A poetisa das emoções!

Mãe das dores, senhora da amargura,

Eu vos contemplo o peito lacerado

Pelas mágoas do filho muito amado,

Nas estradas da vida ingrata e dura.

Existe em vosso olhar tanta ternura,
Tanto afeto e amor divinizado,
Que do vosso semblante torturado
Irradia-se a luz formosa e pura;

Luz que ilumina a senda mais
trevosa, Excelsa luz, sublime e
esplendorosa Que clareia e conduz,
ampara e guia.

Senhora, vossas lágrimas tão belas
Assemelham-se a fúlgidas estrelas:
Gotas de luz nas trevas da agonia.

Esses são os versos iniciais do soneto com que Auta de Souza apresentou-se a Chico Xavier, chamado Nossa Senhora da Amargura.

Auta foi poetisa ilustre no Rio Grande do Norte, onde nasceu em 12 de setembro de 1876, na cidade de Macaíba, tendo desencarnado em 07 de fevereiro de 1901 em Natal, com apenas 24 anos.

Sua alma sensível e com grande capacidade para enfrentar sofrimentos, ombreia-se com grandes nomes de nossa literatura, que embora tenham tido uma rápida passagem pela vida, deixaram sua mensagem imorredoura.

Auta de Souza perdeu sua mãe Henriqueta aos 3 anos e seu pai Eloi Castriciano aos 4 anos, tendo sido criada, junto com seus 4 irmãos, pela avó materna, no Recife.

Foi educada em um colégio de religiosas católicas, recebendo uma sólida formação em literatura, inglês, música, desenho e francês, o que lhe permitiu acesso aos grandes nomes da literatura mundial, abrindo seu coração para a arte que melhor expressou seus sentimentos a poesia.

Por hábito de sua educação, lia e conhecia o Evangelho aprimorava seu sentimento religioso que seria fundamental diante dos desafios que a vida lhe reservou.

Sempre foi católica mas seu pensar elevava-se a valores maiores que as convenções humanas.

Aos 14 anos manifestaram-se os primeiros sinais da tuberculose, que lhe seria fatal 10 anos e depois e aos 16 anos, com seu talento poético já consolidado, enamorou-se e após 1 ano, foi convencida a renunciar a esse amor devido ao progresso que a sua doença apresentava.

Na mesma época, em que sua doença se manifestou, assistiu aterrorizada, ao aniquilamento de um irmão, devorado pelas chamas em terrível acidente doméstico.

Embora atingida por tantos fatos dolorosos, sua tristeza não era de revolta e procurava ajudar aos pobres e aos escravos, contando histórias do cristianismo ou de heróis medievais. Sua alma ficou profundamente marcada pela dor, mas sua fé ardente e sua compaixão pelos humildes, equilibraram tudo.

Em 1900 publicou seu único livro, Horto.

Livre de seu corpo, doente e franzino, Auta de Souza pode finalmente, ir conviver com amigos espirituais e tornar-se ativa colaboradora de obras poéticas trazidas à luz pela mediunidade de Chico Xavier, num total de 89 poesias e 27 trovas.

Foi incentivadora, através de mensagens recebidas por Chico Xavier, de grandes campanhas filantrópicas realizadas por espíritas e assim, muitas Casas Espíritas, até hoje, dão seu nome às suas campanhas sociais.

Auta de Souza deixou um legado de coragem e superação das adversidades e ainda nos ilumina com o doce vigor dos seus versos e sua serena paz.


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