terça-feira, 17 de abril de 2012

PODEMOS CONSULTAR OS ESPÍRITOS?

 
 
 
Muitos imaginam os Espíritos como adivinhos infalíveis, detentores de todo saber, protetores perfeitos, capazes de todos os prodígios. Se assim fosse, não haveria espírita com dúvidas e problemas. Houve um tempo em que, dirigentes desavisados ou com pouco conhecimento das obras básicas estimulavam essa tendência, transformando os Centros Espíritas em gabinetes de consulta, envolvendo médiuns sem disciplina e orientadores sem orientação. Muitos deles acreditavam que com este tipo de fenômeno a Casa Espírita ficava cheia. Mas, infelizmente, ficava cheia de curiosos. Quando os fenômenos acabavam, eles também iam embora. Como disse o espírito Nora, no livro “Aconteceu na Casa Espírita”: “A doutrina espírita não está interessada em lotar a casa espírita com pessoas que procuram simplesmente "fenômenos". A pretensão é simples, que é fazer vibrar entre as paredes da casa os ensinos de Jesus e Kardec. O mais importante é receber fraternalmente os que nos procuram, socorrê-los quanto possível, oferecer conhecimento doutrinário, despertando as criaturas para a transformação moral; o resto é consequência deste processo do bem realizado". Então, dirigentes que ainda insistem em manter consultas espirituais esqueceram ou, pior, talvez nunca tenham observado a recomendação de Kardec, contida em Obras Póstumas, segunda parte, quando fala de seus contatos iniciais com o Além: "Um dos primeiros resultados que colhi das minhas observações foi que os Espíritos, nada mais sendo do que almas dos homens, não possuíam nem a plena sabedoria, nem a ciência integral; que o saber de que dispunham se circunscrevia ao grau de adiantamento que haviam alcançado, e que a opinião deles só tinha o valor de uma opinião pessoal. Reconhecida desde o princípio, esta verdade me preservou do grave escolho de crer na infalibilidade dos Espíritos e me impediu de formular teorias prematuras, tendo por base o que fora dito um ou alguns deles."  Como vemos, há "mentores espirituais" cuja sabedoria não vai além da ignorância dos que consultam. Se tivermos de receber alguma comunicação dos desencarnados, esta virá de maneira espontânea, sem que as forcemos. Porque a evocação é um dos mais sérios perigos da mediunidade. São portas abertas para que entidades desocupadas, zombeteiras e mistificadoras espalhem notícias espetaculares, mentirosas, mirabolantes, que agradam aos curiosos. Espíritos irresponsáveis adoram os evocadores, que lhes estimulam as investidas. Espíritos sérios, não nos darão informações materialistas como: responder se o comércio, a compra de um automóvel ou imóvel dará certo; sobre a vida financeira ou amorosa, etc. Eles também não dirão: “Fulano fez um trabalho para você"; "beltrano tem muita inveja de você"; etc. Este tipo de afirmação não é cristão. Pois poderá causar briga, desentendimento, inimizade, violência, etc. Aprendemos com o estudo da escala espírita, que existem Espíritos levianos, ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros, que se metem em tudo e a tudo respondem sem se importarem com a verdade. "Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras alegrias, de fazer intriga, de induzir maldosamente em erro, por meio de mistificações e de espertezas" (O Livro dos Espíritos, questão 103). Por isso, o Espírito de Verdade esclareceu dizendo: "Os Espíritos vêm instruí-los e guiá-los no caminho do bem e não no caminho das honras e da fortuna, ou para servirem suas mesquinhas paixões. Se vocês não lhes pedissem nada de fútil ou fora de suas atribulações, não dariam oportunidade alguma aos Espíritos enganadores; onde vocês devem concluir que quem é enganado tem apenas o que merece."  (O Livro dos Médiuns, cap. XXVII, item 303, 1a pergunta.). No mesmo livro referido (cap. XX, item 226, 9ª pergunta) os Espíritos nos alertam dizendo que, médium bom é coisa rara. E completa: “O médium perfeito seria aquele que os maus Espíritos jamais ousassem fazer uma tentativa de enganar. O melhor é o que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido enganado menos vezes." Como vemos, não há médiuns perfeitos na Terra e, hora ou outra todos são enganados. Isto deve servir de alerta, principalmente aos ESPÍRITAS que abandonam uma Casa Espírita SÉRIA em busca de outra onde possam idolatrar médiuns desavisados que brincam com a mediunidade como fazem alguns jovens (que desconhecem o perigo da obsessão) com a brincadeira do copo. A Doutrina é totalmente favorável ao livre arbítrio. Cada um deve usar a mediunidade como achar melhor. Mas, quem decidir usá-la na Casa Espírita, deve seguir as recomendações que estão nas obras básicas, trazidas pelos Espíritos e organizadas por Allan Kardec. O Espiritismo não deve ser “a moda da casa”.
Então, podemos dizer que 4 (quatro) são as consultas aceitas pela Doutrina Espírita: 1ª - só quando há uma intenção útil como fez Kardec; 2ª - a consulta fraterna nas Casas Espíritas, cujo atendimento é feito por um Espírito encarnado com conhecimento da Doutrina, que aconselhará segundo a visão espírita cristã. Mas para isso, não precisará estar mediunizado, deve ser apenas uma conversa esclarecedora e consoladora; 3ª – a consulta da nossa consciência, usando nosso livre arbítrio; 4ª - as consultas aos Espíritos de André Luiz, Emmanuel, Joanna de Angelis etc., através dos livros espíritas. Mas, principalmente Jesus, nosso guia e modelo, através do Evangelho. Porque o Espiritismo não tem por finalidade principal a realização de fenômenos, mas, sim, o progresso moral da humanidade.
Então, quem procurar o Espiritismo somente para obter cura imediata de seus males físicos e espirituais, ou para resolver de pronto seus problemas materiais, poderá ficar decepcionado.




 Compilação de Rudymara
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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