sábado, 14 de dezembro de 2013

A ESTÓRIA DA VAQUINHA


 
Moravam num sítio, uma família muito pobre. O lugar estava sem cuidado, a casa de madeira sem acabamento; os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas. Diante de tantas privações, eles oravam muito para Santo Antônio, pedindo ajuda.
Um dia, Santo Antônio, junto com um amigo espiritual, resolveu ir até o sítio ver o que estava acontecendo. Pois queria saber porque a família o chamava tanto.
Chegando lá, começou a observar a família e o lugar.
Notou que a família sobrevivia graças a uma vaquinha que dava vários litros de leite todos os dias. Uma parte do produto eles vendiam ou trocavam na cidade vizinha por gêneros de alimentos; com a outra parte produziam queijo, coalhada, etc., para o consumo, era assim que sobreviviam.
Depois de pensar muito, Santo Antônio pegou a vaquinha, levou ao precipício e jogou-a lá em baixo. O amigo espiritual, arregalou os olhos, assustado com a cena que presenciava. Mas, Santo Antônio pediu que o amigo tivesse calma e desse tempo ao tempo.
No dia seguinte, a família viu a tragédia, ficou desesperada e orava dizendo:
- Ai, meu Santo Antônio! Por que o senhor deixou acontecer isso com nossa vaquinha? E agora, o que será de nós?
O tempo passou, e Santo Antônio junto do amigo espiritual voltaram ao sítio. Quando se aproximaram do local, avistaram um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. O amigo ficou triste, imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver. Mas, ao se aproximar mais, notou que era a mesma família que visitaram antes. O amigo, assustado e confuso perguntou:
- Santo Antônio, como eles melhoraram o sítio e estão bem de vida?
E o Santo respondeu:
- Eles tinham uma vaquinha que lhes davam o sustento. Quando perderam a vaquinha, tiveram que fazer outras coisas e desenvolver habilidades que nem sabiam que tinham. Assim, alcançaram o sucesso que seus olhos vislumbram agora.
 
 
Desta estória do Irmão X, podemos tirar duas lições:
 
1ª Todos nós temos uma “vaquinha” que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina, limitando nosso progresso, seja ele, material ou espiritual.
Muitos de nós acomodamos com certas situações, e em nossas orações lamentamos a vida.
Não buscamos saber porque sofremos, porque há pobres e ricos, etc.
Quantas pessoas nos momentos difíceis, recebem ajuda de pessoas, instituições, etc., e depois acomodam-se. Retiram o benefício de outros que também precisam, ou precisam mais . . . Muitas instituições fornecem cursos de informática, reforço escolar, trabalhos manuais, etc. Mas, as pessoas não buscam aprender pescar, elas querem apenas buscar o peixe que alguém pescou com sacrifício.
Chico Xavier, certa vez, quando fazia a distribuição de cestas básicas em um bairro carente, chegou uma mulher gritando e dizendo:
- Chico, Chico! A fulana, já passou 3 vezes na fila para pegar a cesta básica. Ela não precisa, Chico . . .
Chico, com um sorriso no rosto disse:
- Deixe, minha filha! Ela está treinando para a encarnação futura.
Chico, sabiamente quis dizer que, ninguém engana ninguém, nós enganamos nós mesmos. Pois, nossas ações podem nos dar vantagens materiais hoje, mas nos darão desvantagens espirituais no futuro.
As vezes, somente diante da dor e do sofrimento, despertamos para o progresso material e espiritual.
 
2ª Muitas vezes, Deus responde nossas preces, não como gostaríamos, mas como é necessário ao nosso progresso. O que nos parece ruim hoje, amanhã terá nos servido de lição. Nem tudo o que nos aborrece e faz sofrer é, forçosamente, um mal. Quando os irmãos de José o venderam, o que parecia um mal tornou-se maravilhoso bem, pois lhe deram oportunidade de chegar a ser governador do Egito. Tenhamos confiança no Pai, que sabe extrair o bem daquilo que nos parece um mal. E não podemos esquecer que "não" também é resposta.
Que Jesus se faça presente em nossas ações, nossas palavras, e nossos pensamentos!



Rudymara




 
 
 
 
 

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