segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O TENOR PLÁCIDO DOMINGOS FUNDOU UM HOSPITAL PARA AJUDAR SEU "INIMIGO"

PERDÃO FOI FEITO PRA GENTE PEDIR", cantava o inesquecível Ataulfo Alves, e eu acrescentaria: perdão foi feito para ser dado também. Foi o que aconteceu com os tenores espanhóis Plácido Domingo e José Carreras, os quais se tornaram inimigos em 1984, devido a questões políticas. Em 1987, porém, José Carreras descobriu que tinha leucemia. Submetendo-se a tratamentos sofisticados, viajava mensalmente aos Estados Unidos. Sem poder trabalhar, e com o alto custo das viagens e do tratamento, logo sua razoável fortuna acabou.
Sem condições financeiras para prosseguir com o tratamento, Carreras tomou conhecimento de uma clínica em Madrid, denominada Fundación Hermosa, criada com a finalidade única de apoiar a recuperação de leucêmicos. Graças ao apoio dessa clínica, ele venceu o câncer. Voltando a cantar e a receber altos cachês, José Carreras tratou logo de se associar à Fundação, para ajudá-la financeiramente.
Foi então que, lendo o estatuto da Fundación Hermosa, descobriu que seu fundador, maior colaborador e presidente era Plácido Domingo. Mais do que isso, Carreras descobriu que a clínica fora criada, em princípio, para atender exclusivamente a ele mesmo. Plácido se mantinha no anonimato para não constrangê-lo a aceitar o auxílio de seu inimigo.
Momento muito comovente aconteceu durante uma apresentação de Plácido, em Madrid. De forma imprevista, Carreras interrompeu o evento e se ajoelhou a seus pés.
Pediu desculpas a Plácido publicamente, agradecendo o benefício de seu
restabelecimento.
Mais tarde, uma repórter perguntou, numa entrevista a Plácido Domingo, por que ele criara a Fundación Hermosa; afinal, além de beneficiar um inimigo, ele concedera a oportunidade de reviver Carreras, um dos poucos artistas que poderiam lhe fazer alguma concorrência. Sua resposta foi simplesmente a seguinte: “Porque uma voz como a dele não se podia perder”. Diante de gestos de tamanha grandeza moral como os de Plácido e Carreras, afirmamos que os dois, de fato, exemplificaram o perdão e a humildade ensinados por Jesus.
(Gerson Simões Monteiro)
OBSERVAÇÃO: Amar aos inimigos, não é, pois, ter por eles uma afeição que não é natural, uma vez que o contato de um inimigo faz bater o coração de maneira inteiramente diversa que o de um amigo. Mas é não lhes ter ódio, nem rancor, ou desejo de vingança. É perdoá-los sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. É alegrar-nos em lugar de aborrecer-nos com o bem que os atinge. É estender-lhes a mão prestativa em caso de necessidade. É abster-nos, por atos e palavras, de tudo o que possa prejudicá-los. É, enfim, pagar-lhes em tudo o mal com o bem, sem a intenção de humilhá-los. Todo aquele que assim fizer, cumpre as condições do mandamento: Amai aos vossos inimigos. (O Evangelho segundo o Espiritismo)

Nenhum comentário:

Postar um comentário